Forte sismo sentido no Algarve entre as 17 e as 18 horas.
Segundo fontes da época, a "Chronica Serafica da Santa Província dos Algarves" (Belém, 1750, cap. XXII, pp. 200-201) " em Tavira acabou com um horroroso trovão No rio se apartaram as águas, de forma que uma caravela, que por ele ia saíndo, ficou em seco muito tempo"; " teve por centro de acção o nosso mar algarvio, rebentando naquelas paragens uma coluna de fogo de dentro do mar, que destruiu muitas embarcações parece que este tremor foi resultante de algum vulcão que abrisse uma boca junto dentro do mar e por isso a sua acção destruidora exerceu-se principalmente nas terras próximas do mar: Lagos, Portimão, Albufeira, Faro, Olhão, Fuzeta, Tavira (...). No rio de Tavira afastaram-se as águas de forma que uma caravela que ia a saindo barra for a ficou em seco muito tempo, dando lugar a que a tripulação saísse para terra a pé enxuto ". A intensidade estimada para o tsunami é III.
O cronista descreve em pormenor os efeitos do sismo de 27 de dezembro de 1722 no Convento de S. Francisco de Tavira, referindo ainda que "na mesma hora em que sucedeono Algarve, fez impressão neste Convento de Xabregas [Lisboa], abalando a cama de hum Religioso que nela se achava recostado, e fazendo soar per si o sino do nosso relógio". Diz também o cronista que, passados alguns dias, se fez uma procissão de acção de graças na cidade de Tavira, a qual passou a repetir-se todos os anos no mesmo dia de 27 de Dezembro, com a assitência do Senado, Comunidades e grande concurso do povo, "para memoria de hum tão grande benefício, que supposta a grande perda que houve, pudera ficar submergida aquella cidade."
IGREJA DE S. FRANCISCO
Tavira - Igreja de S. Francisco -Campanário
Também designado por Convento de São Francisco, a sua origem remontará ao ano 1272, e terá sido criada pelo rei D. Diniz. Pertenceu aos Templários até 1312, passando, depois, para as mãos dos frades franciscanos
Também designado por Convento de São Francisco, a sua origem remontará ao ano 1272, e terá sido criada pelo rei D. Diniz. Pertenceu aos Templários até 1312, passando, depois, para as mãos dos frades franciscanos