A propósito da morte de Manuel António Pina, um dos escritores cujos livros são recomendados para leitura pelo PNL, que constam no espólio da nossa BE/CRE, e já trabalhados por professores de Português da nossa Escola, José Fanha, no blogue Queridas Bibliotecas, escreveu:
Morreu Manuel António Pina, o poeta, o jornalista, o cronista, o autor
de livros para crianças, o dramaturgo, o ensaísta, o advogado – um ser
de afetos para quem «O amor é a única coisa capaz de sobreviver e a
única coisa por que vale a pena que sobrevivamos. O amor no seu mais
vasto sentido, naquele que São Paulo lhe dá na Primeira Epístola aos
Corintos, quando diz que vai indicar o caminho que ultrapassa a todos.»
Assim nos falou um dia Manuel António Pina numa longa entrevista (da
qual recuperamos alguns excertos áudio: aqui ) e também nesse instante
inesquecível defendeu a ideia de que «Somos seres para o esquecimento.
Eu serei esquecido, o gato que me olha de cima do computador será
esquecido. Somos feitos para o esquecimento (...)». Permitimo-nos, no
entanto, hoje, num profundo abraço de despedida e de saudade, contrariar
o poeta: Manuel António Pina, nunca serás esquecimento. Perdurará a tua
«voz acordada». Poderás mais uma vez interpelar-nos «– não é a morte o
que as palavras procuram?». Talvez, Manuel. Mas as palavras da tua
poesia, da tua vasta obra, são vida. A morte do corpo não te mata.
Escuta estes versos teus:
«(...) Agora que os / olhos se fecharam / fico
acordado toda a noite / diante de uma coisa imensa.»
A Professora Bibliotecária Ana Maria Paiva
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